quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Se bastar!

Se bastar é ser e sempre ser.
É querer os demais sem ser refém.
É olhar a noite e dela tirar um sorriso.
É sentir aconchego quando à margem está.
É querer e não precisar de...

Se bastar é ver o quê ainda falta mas não se desesperar.
É aconselhar quando ainda necessita experimentar.
É sorrir ainda que não os concebam sorrisos.
É não transparecer à primeira vista.
É pôr razão á frente do coração.

Se bastar é se auto aceitar.
É aprender a viver bem com o quê tem.
É acalmar os impulsos mas não os calar.
É saber expressar até a hora acreditada.
É ser plebeu em terras ricas.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Perdido no escuro contemporâneo

Desde quando as primeiras dúvidas se formaram,
colocando sob o fogo todos aqueles antigos laços
que despencavam como traços não paralelos de um retângulo.
E desde daquele verão que nada esquentava; daquela primavera
que germinava as mesmas flores; que não serviam mais
da beleza contida na cesta dos meus olhos....
Bipolares como o sol e o mar. Inconstante como a brisa.
Mas para onde eu deveria fugir nessa casa sem rastro;
de pernas pro ar; sem entrada nem saída?
Estátuas de areia que não duram mais que dez minutos cada;
como um viajante que aterriza em vários lugares, mas não descobre nenhum.
Em algum lugar nos meus neurônios formulo as rotas a seguir;
sem deixar cair a razão que sustenta a minha fala.
A minha briga de interpretações, como a teoria e a prática,
se acerra cada vez que as horas passam e não somam nada;
só poeira.