domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Consentimento do falso mudo.

A raiva é a bossa nova de outrora,
por ventura,
é a irmã mais nova do rock agora.
De surpresas injustas se compõe um alarde,
e a guitarra é a escuridão nos tempos selvagens.
Na oratória silenciosa dos personagens,
a parabólica faz da platéia órfã;
reprimindo a vontade do saber,
e elevando a cultura do não ter.
A política animal é um traço entre o silêncio e a ilusão;
Decifrando às entrelinhas da varanda, se rompe a muralha coletiva.
E o mais cômico:
aplaudem a própria morte, se fazendo dela sinônimo.


Por Danilo Rodriguez & Daniel Muzitano .

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Me erra!


Se eu fosse apenas uma lembrança,
você agiria igual?
Se eu fosse opaco você tentaria refletir
o que guarda à sete chaves?
Você me procura e acha numa passarela,
como quem quer algo; me erra!
Você troca de cidade e de terra,
como quisesse voltar no tempo; me erra!
Você pisa no chão mas não enxerga,
como quem clama uma queda; me erra!
E no mundo da fantasia brincam as três marias.
Mas aqui não é disneylândia, não!
E nessa idéia de desconversar,
de rir quando se quer chorar,
de justificar seu "paladar",
caem sobre seus próprios atos.
Errantes sorriem, com um medo peculiar
de não querer errar e se machucar,
enquanto vestem seus atestados de fraqueza.
E um arquipélago vai se formando,
enquanto as ilhas se perdem na história.
E se me ver na rua, não berra.
E se sonhar comigo, não gela.
Mas por favor, não esqueça:
Vê se, vê se me erra

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Destino da onda.


Ontem, algo  no caminho.
Hoje, em dúvida sobre o destino.
Amanhã, refazendo teu sorriso.
Tentei me resumir em tempos.
E no esperar de cada hora contigo,
fiquei louco. Preferi não pensar.
E na sombra dos dias, fiquei observando.
Esperei teu chamar assim como as folhas
clamam um pouco de chuva pra se refrescar.
Me felicitei desde o princípio, mesmo sabendo
que um outro início poderia nem ocorrer.
Então me joguei ao vento.
Meus pensamentos por dentro das flores vagou,
e te confundindo com cada flor que via,
esqueci que você poderia ter espinhos,
tão fortes e doloridos quanto seu sólido e bobo orgulho.
Vou me ausentar e nas entrelinhas te chamar.
Abra a janela! Olhe o mar.
Aviste o horizonte mas, por favor, o alcance.
Pois eu sou onda. Já cheguei, já parti.
Já quebrei, já me formei, e estou procurando teu horizonte
pra dançar comigo, nessa maré que a amizade nos proporciona.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Num dia de tempo ensolarado...


Hoje eu me lembro bem, melhor do que ontem.
          Hoje pulo um carnaval, que não pularia com você; por você.
Hoje bebem a água, que eu deveria beber.
          Hoje te fazem sorrir, com os meus elogios furtados.
          
          Mas isso passou; tudo passa.
Hoje eu lembrei o que ontem vivi,
O que pela porta dos fundos deixaste ir contigo.
Você viu só? O sol raiou para nós dois.
Sorri e nos mostra os caminhos.
Alguns claros, outros mais obscuros.
É dever da nossa percepção identifica-los.
É dever nosso!
Trilhas distintas, de sonhos distintos,
que eu espero, sinceramente,
que no convergir de ambas,
sejas tão feliz quanto eu sou:
com meu caderno, caneta e
sorriso no rosto, para os novos
rostos que virei a conhecer e me encantar. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Vela


" Branca, que cor haveria de ser...
Delicada e completa de sete tons.
Resgata-me na escuridão, quando a cidade parece adormecida,
os olhos fechados e, calado, me encontro a espreita do teu brilho.
Perdida em meio aos obstáculos, encoberta pelas superficialidades.
Teu cabelo queima como uma chama, me chamando pra dançar,
no frio da noite, no escuro dos dias, feito vela; te acendo todo dia.
Esbelta és tua forma de compartilhar, elegantemente, tal poder de iluminar, e encher meus olhos...
Guardada no melhor lugar, estás tu, oh vela, que continua queimando em silêncio.
Sinalizando minha direção, junto a teu encontro, tão premeditado, tão belo, tão esperançoso.
Expanda minha visão, perante o horizonte de sensações, que em teu corpo,
macio, delicado e quente me deito, toda noite, em pensamento.
Despeço-me te curtindo um pouco mais,quando fecho os olhos
e sorrio perante o preto, a geada, a ausência. ''