sábado, 11 de agosto de 2012

O amor é uma fuga!


O que é o amor pra você? Deixe-me melhor questioná-lo: o porquê do amor?
Hoje estive ao lado de um amigo, Daniel Muzitano, confabulando acerca das nossas dúvidas. Conseguimos formular frases, uma conclusão, mas nenhuma solução.
Ainda sob o som do meu violão e do gritar das crianças que enfeitavam o lugar, nossas dúvidas só poderiam nos levar a um lugar: o nada. Não quero me pôr na altura nem me opor à tantos outros pensadores históricos, mas, como eles, nossa conclusão foi decepcionante. A luz no fim do túnel é preta, não branca. Não há nada.
Nossas falhas tentativas de teorias que mudassem nossa selvageria; nosso instinto bicho que tantas vezes aflora e apenas enaltece as falhas de uma sociedade esteticamente eficaz e correta. Bichos pensantes que somos, não conseguimos chegar à uma explicação correta sobre o porquê de sermos assim; ou à uma solução que nos rapte de tantas contradições.
Você deve estar se perguntando: mas onde entra o amor nessa história? Pois bem. Nós, seres pensantes, não como todos os humanos, sempre tentamos desvendar esses mistérios de nossa natureza. Até os mais filósofos de nossa espécie sempre fracassaram e enalteceram algum vício para compensar tamanha frustração. Seja a bebida, o fumo, o sexo...
O amor entra nessa história como lugar ideal para se abrigar em meio ao emaranhado de dúvidas no qual estamos rodeados. O amor é uma fuga. O amor é nossa fuga.
Há, decerto, aqueles os quais nada questionam e, portanto, não sentem tal falta de concretude na vida, de fato. E, evidentemente, é o caminho mais curto e prático para não se preocupar e apenas "viver". Pois bem, nós que assim não somos, e que teimosa dúvida como fiel balança de tentativa de conhecimento, não alcançamos nossas expectativas sobre a vida; esbarramos sempre na dúvida ou na sua direção: o nada. Nada sabemos ao certo, somente sabemos como nos consolar nessas condições. Esse consolo tem por nome amor. Esse é o papel do amor: confortar nosso coração e mente, angustiados pela falta de explicação; tornar o outro seu real objetivo, de forma a fazer com que, agora, saibamos como nos postar, o que esperar. Agora temos nossa concretude. O amor é a fuga dos pensadores descrentes, que acham em outra pessoa uma forma de viver na qual se visualiza um real sentido à nossa compreensão.
Muitos diriam coisas lindas do amor, querendo afastar sua verdadeira essência e papel; tapando o sol com uma peneira, querendo, como no caso acima explicitado, ser alguém com poucos questionamentos e, por conseguinte, alguém muito mais despreocupado. Respeito esse método de viver, afinal, a maioria é. Ainda que me preocupe...
Vivendo pelo amor, por alguém que julga amar, sua vida fará sentido. Do contrário, qual é o sentido da vida? Muitos me diriam procriar. Porém, julgo que se fosse apenas por isso, seria preciso muito menos tempo. Outros poderiam me dizer que tal objetivo é ser feliz. Pois bem, o que é ser feliz? Aliás, como ser verdadeiramente feliz, se não se visualiza solução para essa falta de respostas?
Chego à uma única solução: fujamos! Ame, viva pelo amor de quem julgue amar; é a única maneira de se sentir realmente realizado nessa vida sem explicação.

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