sexta-feira, 10 de maio de 2013

Decifrando mal-entendidos.

Me deparo a toda hora com discussões "sem pés, nem cabeças". Algumas vezes inclusive, ambos dizem a mesma coisa, de formas distintas, enquanto se xingam, menosprezam e tudo mais. Só consigo lembrar da velha professora de português do colégio, ratificando a importância da interpretação do texto, da fala.
Às vezes me pergunto se a culpa é da tecnologia que, por ser rápida demais, afasta a reflexão de sua vista. Ou são os dedos que, nervosos por divulgar de forma mais rápida e/ou incisiva o que acabara de ler, atropelam o próprio leitor. Ou ainda, por mais patético que venha a ser, a ânsia de ganhar mais curtidas no seu facebook. Entre outras...
Além dessas possíveis causas dos mal-entendidos, há uma enorme falta de vontade de compreender o que o outro quer dizer. O famoso "eu acho que ele quis dizer isso, mas não soube se expressar bem", as pessoas ignoram. Partem logo pra réplica, como se algo fosse formalizado em comentários de rede social (não descarto sua importância, pois são, muitas vezes, esses que criam nossas últimas opiniões).
Outro grave equívoco é a intransigência dos demais. A mente fechada, de opiniões já sacramentadas e indóceis as possíveis críticas, criam não só uma perda potencial de uma boa conclusão, como muitos conflitos desnecessários via xingamentos e tudo mais.
Não menos grave do que os pontos já explicitados, há um grave problema de questionamento. Logo que se lê algo, ou se escuta, sem nem mesmo tentar se pergunta o porquê daquilo fazer sentido pra ti, já se divulga e se passa uma opinião errada: ou da notícia, ou sua.
Se duvidar, questionar fosse ruim, o mundo seria inerte. Nada se muda, evolui, sem que se questione o porquê daquilo. A busca por respostas, que não precisa ser saciada logo de cara, é o que move o mundo, as pessoas.
A interpretação tem seu papel chave na resolução desses problemas. Seja visualizando a má expressão da pessoa, externando tal má expressão e facilitando a compreensão de ambos; seja interpretando o ponto de vista do outro e assim questionando-o, pois você pode não ter pensando naquilo e nada melhor do que perceber nossa falha e logo corrigir; ou seja interpretando cada avanço na disseminação de idéias dentro da conversa, aprimorando sua visão; se autoajudando, ajudando a quem você trocou informações e, indiretamente, aos demais que receberão tais idéias.

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