domingo, 16 de fevereiro de 2014

Instantaneamente errados

O instantâneo, em um instante, se fez. Ele é soberano nesse mundo de fobias, que prende a respiração e trava o raciocínio. Ele é o diferencial entre algo bom e ruim. Ele é o que te prende, te rende e te rouba.

No meio de tantos órfãos, que com pai e mãe se sentem sozinhos, que não conseguem ficar minutos sem se falar, o que é instantâneo ganha uma força enorme. A qualidade é sobrepujada pela rapidez e o ciclo vira vicioso. Os textos são acorrentados ao limite de caracteres e os assuntos não fogem os ouvidos na esquina.
Telefone perde a essência, pessoas se calam e pouco se enxergam.



Por isso longas conversas, que fogem do "instantâneo", são chatas.
Por isso assuntos reflexivos são irrelevantes.
Por isso o culto ao hedonismo.
Por isso o dinheiro fala.

Os minutos se perdem, não se ganham. Eis um problema de referencial.

E se você, por um ar nostálgico ou por querer ser mais humano, tentar fugir dessas regras, intrinsecamente impostas pelo sistema, será marginalizado. Que esse medo não vos prenda. Eles não sabem o que os olhos dizem, os braços pedem e o sorriso imagina.


Obs: Aos que me acharem contraditório, além de concordar em parte com suas opiniões, gostaria de deixar claro a minha vontade e tentativa, pouco a pouco, de abandonar esse mundo virtual ou superficial. Ter consciência é o primeiro passo a se dar, e eu já o dei.

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